RARE PROSPER: O Drill manauara mirando rajada e lançando veneno

por Rhyvia Araújo

Trajado de um viés filosófico e venenoso, o artista manauara RARE PROSPER, têm as suas coordenadas apontadas para a cena disruptiva do DRILL, que se desenvolvem a partir do intrigante e explosivo audiovisual MARFIM, lançado na noite de sábado (12/12). Versátil, o rapper sustenta o conceito de prosperidade, e de “primeira ele acerta”.

Há um misto de suspense e magnitude, que pincelam os introdutórios segundos de Marfim, em um tom que expressa toda a erupção artística de Rare, sem deixar de lado, a rica e certeira escolha da sonoridade marcante do Drill, proveniente do South Side de Chicago, construída pelo artista com muita qualidade, apuro técnico e representações místicas/simbológicas.

“Saca que na simbologia, o marfim significa algo “duradouro com longevidade”, ou até mesmo algo próspero e de poder. Tem uma lenda, onde contam que o trono do Rei Salomão, era revestido por peças de marfim, e por esse sentido, intitulei a faixa com este nome, após anos tentando me firmar em algo, tentando algo. E flagra quando tu tem certeza de alguma coisa como nunca teve antes? Esse “algo” pra mim é a faixa Marfim”, explica Rare.

MARFIM”, é uma peça atemporal de RARE, em sintonia com a filosofia do DRILL. O artista fez do tempo o seu melhor estudo, desenvolvendo um trabalho original e com identidade própria, após sete anos de amadurecimento e investimentos dos seus projetos dentro do movimento hip-hop.

“Foi difícil, mas ao menos tempo foi o encontro perfeito. Já escutava Drill há um tempo, porém a filosofia por trás do estilo, foi algo que ainda não tinha tido contato, e assim com meu contato com o boombap e o (boom)trap, foram únicos, com o Drill também foi, mas procurei investir, tanto é que será meu primeiro lançamento em sete anos de HipHop”, sintetiza o artista.

A representação feita durante essa aventura visual supracitada, sustenta fortemente uma gama de conceitos e missões, que percorrem pelo caminho da superação e davc ambição.

“Querendo ou não, cada verso e até o beat, é um desabafo, algo que estava preso na minha glote há muito tempo, e quem escutar vai perceber que no final, é como se tivesse um sentido de superação, similar a algo seco, de deserto, sofrimento… é como se um peso saísse das costas. Até a questão do verso: “Me dá duas chances, e na primeira eu acerto”, é o resumo de que não tenho mais tempo para perder, aliás, creio que ninguém tem. Quem perde tempo não tem ambição”, ressalta Prosper.

O manauara, esclarece as sensações executadas através das camadas e dos movimentos, que explorou em parceria com a QUARTO PRODUÇÕES.

“Falando de mercado, hoje em dia, as pessoas gostam de escutar um som de qualidade, certo? Além da voz, o audiovisual envolve outras expressões, e são meios que conseguimos para cativar as pessoas a conhecer mais o meu trabalho. A QUARTO PRODUÇÕES sempre procura ser diferenciada nos seus trabalhos, antes de trabalhar junto com a equipe já era fã do trabalho deles, quando me chamaram pra trabalhar junto fiquei extasiado, e no conteúdo estético de Marfim, buscamos basicamente trabalhar a linhagem do som em si, algo sombrio remetendo a prédios abandonados, com aquela sensação de poder, juntamente com a altura do prédio, quase dezesseis andares, assistam o clipe que vocês vão entender o que eu tô tentando dizendo”, revela Rare.

O design apresentado em MARFIM, reforça a ideologia das ondas rítmicas sombrias e psicodélicas, sabiamente assinadas por Rare em colaboração de RVL$, na mixagem e masterização.

“Rare chegou com a idéia do som, logo de primeira eu ouvi e já imaginei o que podia acrescentar na base, logo então adicionei uns timbres de percussão, hit hat, claps, snares, pra da o bounce e o groove que o drill trás, fui moldando o beat em cima da letra, adicionando efeitos de ambiência, tais como barulhos de cidade, de upfilter e downfilter e no mais foi isso, só moldei a base pra ficar da melhor forma“, explica o produtor RVL$.

A extraordinária envolvência audiovisual, foi filmada nas áreas sinistras da Zona Sul de Manaus, onde Rare interpretou suas vivacidades e mostrou a veracidade de cada verso. Ladeado pelo diretor executivo Thiago Cunha (@Realthiagocunha), fotografado por Ruan Fogo (cheidigente) e logística assinada pelo Perigo. Em modo plano-sequência, os produtores lapidaram engenhosamente a linguagem do Drill em formato visual.

“Em relação ao audiovisual, apresentado pela Qrto Prod, fizemos uma estética totalmente voltada ao sportlife com a vertente forte do Drill. Em toda a filmagem de Marfim, fizemos um plano-sequência, com uma pegada de Trash, para remeter ao sentimento de solidão e aquele clima frio. Focamos e estamos estudando todo tipo de enquadramento e formato de vídeo, para passar aquilo que o artista quer transparecer no audiovisual, e em Marfim não foi diferente”, explica o diretor executivo, Thiago Cunha.

Emoções e responsabilidades, fazem parte deste momento efervescente da carreira de Rare, que abordou intensamente (e em primeira mão) uma das múltiplas candências do movimento hip-hop, agitando a cena AM.

“É uma sensação de êxtase… e somando a emoção da responsabilidade de talvez tá sendo o primeiro manauara a dropar um drill, e a sensação de estar abrindo os ouvidos para um novo estilo musical, igualando um tirar da venda de novo, na questão de que aqui em Manaus tem pessoas levando o rap a sério, e uma curiosidade que tenho comigo é a questão de que esse momento pode ser o mesmo sentimento da rapaziada do trap que estourou em meados de 2016/2017”, finaliza RARE.

Sobre Rare:

“Quem é o Rare??? HRMMMM, rapaz, o Rare, se chama Edielson de Souza Silva, nascido em 1998, em Manaus, tenho 22 anos, conheci o rap por meio do meu irmão, ele tinha uma letra do Racionais MC’s escondida colada no guarda roupa, eu tinha uns 7 anos de idade, e li aquilo, foi uma porrada, o som era “NEGO DRAMA” e enchi o saco dele pra me mostrar o som, e olha no que deu… (Risadas) e logo após anos a frente comecei a andar de skate com 12 anos, e ter as vivências de rua mais loucas que só quem sabe, sabe, e assim ainda estou por esse caminho. Sinceramente, me acompanhem para saber, quando digo “PROSPER” não é apenas um dos meus vulgos, mas é como se fosse uma confirmação, resumindo, ainda tem muita coisa boa para vir em pouco tempo.”

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