\n<\/iframe>\n<\/div><\/figure>\n\n\n\nEu j\u00e1 conhecia seu trabalho como artista visual e quando entrou em contato pra me apresentar RECOME\u00c7O, n\u00e3o associei de cara. Ent\u00e3o mesmo j\u00e1 conhecendo parte da sua arte, aquele PLAY que dei ali foi para ter contato com um lado que eu ainda n\u00e3o havia acessado.<\/p>\n\n\n\nOuvi a m\u00fasica primeiro e j\u00e1 me pegou muito r\u00e1pido. Depois recebi o videoclipe e tudo se ligou ainda mais. Al\u00e9m de conseguir sentir a ess\u00eancia \u00fanica do RR, tive sensa\u00e7\u00f5es que sinto quando ou\u00e7o Quinto Andar, Subsolo, Contra Fluxo e Elo da Corrente, que foram minha escola no RAP. Talvez por isso a r\u00e1pida aceita\u00e7\u00e3o? Acho que parte disso, mas tamb\u00e9m naquele \u00e2mbito das partes inexplic\u00e1veis da conex\u00e3o entre emissores e receptores. <\/p>\n\n\n\nMas das que podem surgir explica\u00e7\u00f5es e reflex\u00f5es, chamei o RR para pra trocar uma ideia sobre a obra entre outras chaves simb\u00f3licas vindas dela e esse papo voc\u00ea pode conferir abaixo: <\/p>\n\n\n\nNessa tangente do tema que voc\u00ea trouxe para a m\u00fasica, esse recome\u00e7o trata de vida, arte ou os dois ? Se \u00e9 que conseguimos separ\u00e1-los um do outro, mas nos abra mais a linha de inspira\u00e7\u00e3o para materializa\u00e7\u00e3o dessa obra.<\/strong><\/p>\n\n\n\nNesse caso, um pouco dos dois\u2026 acho que a arte \u00e9 um reflexo da vida do artista ent\u00e3o esse projeto traz tanto um recome\u00e7o na vida pessoal quanto na vida art\u00edstica. Uma carga de fechamento de ciclos durante o in\u00edcio de outros. Nessa m\u00fasica em quest\u00e3o, estava em um per\u00edodo focando mais no trabalho de artista gr\u00e1fico, me mudei para o Rio logo ap\u00f3s o lan\u00e7amento do meu EP e fiquei por l\u00e1 at\u00e9 o projeto se dar como finalizado. Esse som criou vida durante esse processo de finaliza\u00e7\u00e3o dos planos em meio ao in\u00edcio de outros, de uma maneira meio observadora, absorvendo tudo o que acontecia frente a esse “chamado” pra recome\u00e7ar as coisas na parte musical junto ao retorno para Belo Horizonte.<\/p>\n\n\n\nPara voc\u00ea recome\u00e7os s\u00e3o come\u00e7os mais maduros? Ou \u00e9 um voltar ao in\u00edcio pra fazer do zero? Nos conte mais como \u00e9 sua vis\u00e3o em torno desse verbo <\/strong><\/p>\n\n\n\nEu tive que aprender desde cedo a ver isso tudo como uma forma mais madura de come\u00e7ar do zero. Desde muito novo eu e minha m\u00e3e nos mud\u00e1vamos muito de casa, ao longo do tempo tamb\u00e9m tive relacionamentos que n\u00e3o deram certo e que de alguma maneira tamb\u00e9m me fizeram ver muita coisa se repetindo diante dos meus olhos. Em um momento desses de repeti\u00e7\u00e3o me cansei de ver esse estado de \u201cperder tudo\u201d como uma puni\u00e7\u00e3o e passei a ver o que aquilo podia me oferecer de novo depois daquela viv\u00eancia que adquiri.<\/p>\n\n\n\nA alma antiga consegue ver com mais maturidade a for\u00e7a do recome\u00e7o, colocando mais energia nele do que no lamento do final da etapa anterior? <\/strong><\/p>\n\n\n\nEu sou um cara meio espirituoso, geralmente quando fico focado em uma coisa deixo aquilo me consumir 24h, o que acaba me fazendo ter uma sede fora do normal para chegar onde almejo. Ent\u00e3o acho que, pra mim, esse sentimento de recome\u00e7ar \u00e0s vezes \u00e9 mais de ver o fim como um \u201cultrapassar de obst\u00e1culo\u201d que acaba me motivando a seguir mais forte do que antes.<\/p>\n\n\n\nPara fazer Rap no Brasil \u00e9 preciso estar familiarizado com recome\u00e7os? <\/strong><\/p>\n\n\n\nAcredito que sim… Vejo esses “recome\u00e7os” pro rap apresentados em novas pessoas, novas ideias, instrumentais, flows<\/em>, est\u00e9tica, etc… Isso meio que evita de a gente ficar reproduzindo o que todo mundo j\u00e1 faz, n\u00e9?  Se for pensar de uma maneira mais anal\u00edtica sobre essa quest\u00e3o, at\u00e9 aqueles que, com muitas aspas, “seguem uma f\u00f3rmula”, precisam recome\u00e7ar no conte\u00fado para n\u00e3o ficar fazendo o mesmo. Ent\u00e3o acho que precisa estar familiarizado sim.<\/p>\n\n\n\nQue beat chave! Como o seu “grito” de recome\u00e7o encontrou a estrada perfeita nessa atmosfera do instrumental do J. Beats? Como foi essa conex\u00e3o?<\/strong><\/p>\n\n\n\nMano, foi a maior doideira! Achei esse instrumental dando um confere na internet. Trombei com o perfil desse mano, o J. Beats, por acaso, num desses sites de compra e venda de instrumental. Adicionei o cara e dei ideia sobre a letra que tinha praquela batida. Nisso apresentei o prot\u00f3tipo da faixa, que at\u00e9 ent\u00e3o estava gravado em cima do beat de Timoneiro, do Black Alien com Speed. O maluco<\/em> era l\u00e1 de Michigan, pelo que fui descobrir depois.<\/p>\n\n\n\nDepois de alguns emails trocados para apresentar a m\u00fasica j\u00e1 com o beat dele, traduzi a letra pra que pudesse entender o que era transmitido ali nas rimas. Com a m\u00fasica pronta, fiz a mix e master com o Skilo no Rio e mandei a master pra dar um confere. Ele parece ter gostado do resultado final.<\/p>\n\n\n\nO audiovisual consegue transmitir a vocifera\u00e7\u00e3o introspectiva do rap, e as ruas em p&b passadas na est\u00e9tica anal\u00f3gica afirmam uma pot\u00eancia do que e de como est\u00e1 sendo dito, por algu\u00e9m que vive elas. Casou muito bem, vejo que um clipe muito bom e uma m\u00fasica muito boa n\u00e3o \u00e9 sinal de que v\u00e3o combinar, precisa do encaixe, e em RECOME\u00c7O encaixou legal! Como foi o processo criativo do visual? Nos conte mais sobre o videoclipe.<\/strong><\/p>\n\n\n\nEsse videoclipe foi um quebra-cabe\u00e7as meu e do Suave (@felsuave) que se iniciou quando eu ainda morava em Niter\u00f3i. De in\u00edcio, a gente pensou em fazer apenas um visualizer<\/em> s\u00f3 com essa \u00e1rea urbana de Belo Horizonte, mas depois de muita troca de ideia decidimos fazer um videoclipe mesmo.<\/p>\n\n\n\nA ideia inicial era de ir nesses locais, onde a hist\u00f3ria de BH acontece como se fosse um reencontro meu com a cidade, com a cultura e a cena local. A Pra\u00e7a Sete acaba sendo um ponto de encontro de todo mundo que passa pelo centro, ent\u00e3o tinha que estar presente. E tamb\u00e9m o Viaduto Santa Tereza, ber\u00e7o do Duelo de MCs, que acaba sendo um dos meus locais favoritos daqui. O foco principal era deixar uma parada introspectiva e visceral, com uma refer\u00eancia ali de “protect ya neck” no preto e branco. <\/p>\n\n\n\nQueria agradecer aqui tamb\u00e9m a paci\u00eancia do Suave de deixar esse trampo sincer\u00e3o. A gente alcan\u00e7ou um jeito que eu e ele ficamos felizes com o que foi produzido. E agradecer tamb\u00e9m ao De Rua, que colou no \u00faltimo dia de grava\u00e7\u00e3o com os equipamentos e com v\u00e1rias trocas de ideias durante o processo. Salvou demais!<\/p>\n\n\n\nRECOME\u00c7O anuncia tamb\u00e9m seu primeiro \u00e1lbum. Tem algum link de rela\u00e7\u00e3o entre a faixa e o \u00e1lbum que voc\u00ea j\u00e1 consegue antecipar, para todos que curtiram esse trabalho e aguarda o projeto completo?<\/strong><\/p>\n\n\n\nEsse single<\/em> j\u00e1 adianta algo que quero trazer pro \u00e1lbum sim. No caso \u00e9 que eu me apresente ao ouvinte da maneira mais pessoal que consigo. Nesse projeto quero trazer umas hist\u00f3rias que me acompanham pela vida, sem ser algo que fale s\u00f3 do que eu tenho, mas sim de quem eu sou e onde quero chegar. Tomara que se identifiquem a esse ser humano que narra.<\/p>\n\n\n\nEsse \u00e1lbum vai trazer uma maneira mais latina\/mineira das hist\u00f3rias que acontecem aqui, do que aconteceu com o passar do tempo para os filhos pardos de m\u00e3e solteira dessa terra.<\/p>\n\n\n\nsobre RR<\/strong><\/p>\n\n\n\nMC e artista gr\u00e1fico natural de Minas Gerais, h\u00e1 tempos vem articulando na cena underground de BH e fazendo pontes com artistas que compartilham de chaves simb\u00f3licas pr\u00f3ximas a sua. Nesse corre conectivo j\u00e1 trabalhou com grandes nomes do RAP nacional como artista gr\u00e1fico: Mat\u00e9ria Prima, Max B.O, MC Marechal, Goribeatzz, Galf AC, Monge MC, Dr. Drumah, dentre outras lendas do RAP BR agora apresentando seu trabalho musical de est\u00fadio.<\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img fetchpriority=\"high\" decoding=\"async\" width=\"1024\" height=\"576\" src=\"https:\/\/straditerra.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/09\/capa-yt-2-1024x576.png\" alt=\"\" class=\"wp-image-3823\" srcset=\"https:\/\/strads.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/09\/capa-yt-2-1024x576.png 1024w, https:\/\/strads.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/09\/capa-yt-2-300x169.png 300w, https:\/\/strads.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/09\/capa-yt-2-768x432.png 768w, https:\/\/strads.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/09\/capa-yt-2-1536x864.png 1536w, https:\/\/strads.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/09\/capa-yt-2-2048x1152.png 2048w, https:\/\/strads.com.br\/wp-content\/uploads\/2022\/09\/capa-yt-2-600x338.png 600w\" sizes=\"(max-width: 1024px) 100vw, 1024px\" \/><\/figure>\n\n\n\nFicha T\u00e9cnica:<\/strong><\/p>\n\n\n\nInstrumental produzido por J. Beats, produtor norte americano dno Michigan<\/p>\n\n\n\nGravado, Mixado e Masterizado por Alexandre Skilo (@skilo_musica \/ @meuprimeirosom_)<\/p>\n\n\n\nVideoclipe captado por Felipe Suave (@felsuave) e dirigido por RR e Felipe Suave.<\/p>\n\n\n\n<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"Por, R\u00f4mulo Spuri O RAP, a cultura Hip Hop, a express\u00e3o, as ideias passadas de forma construtivamente criativa. Ruas, viv\u00eancias, refer\u00eancias, percep\u00e7\u00f5es de ciclo, linhas que puxam o amante do RAP para a imers\u00e3o.  Ouvir e sentir um bom RAP \u00e9 uma experi\u00eancia para al\u00e9m de ouvir m\u00fasica e nos conecta com essas ra\u00edzes da…<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":3821,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_kad_post_transparent":"","_kad_post_title":"","_kad_post_layout":"","_kad_post_sidebar_id":"","_kad_post_content_style":"","_kad_post_vertical_padding":"","_kad_post_feature":"","_kad_post_feature_position":"","_kad_post_header":false,"_kad_post_footer":false,"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[],"class_list":["post-3818","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-materias"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/strads.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3818","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/strads.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/strads.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/strads.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/strads.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=3818"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/strads.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3818\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":3825,"href":"https:\/\/strads.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3818\/revisions\/3825"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/strads.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/3821"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/strads.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=3818"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/strads.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=3818"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/strads.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=3818"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}