{"id":1552,"date":"2021-10-12T18:47:04","date_gmt":"2021-10-12T18:47:04","guid":{"rendered":"https:\/\/www.alexbrunodesign.com\/?p=1552"},"modified":"2021-10-12T18:47:04","modified_gmt":"2021-10-12T18:47:04","slug":"denom-cria-ambientes-atraves-da-musica-em-sua-primeira-mixtape","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/strads.com.br\/2021\/10\/12\/denom-cria-ambientes-atraves-da-musica-em-sua-primeira-mixtape\/","title":{"rendered":"Denom cria ambientes atrav\u00e9s da m\u00fasica em sua primeira mixtape"},"content":{"rendered":"\n<p class=\"has-text-align-right\" id=\"viewer-foo\">por <strong><em>Gustavo Silva<\/em><\/strong><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-f0kmf\">Em entrevista \u00e0 Straditerra o beatmaker paulistano falou sobre sua trajet\u00f3ria art\u00edstica e o lan\u00e7amento do seu novo projeto.<\/p>\n\n\n\n<p><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-1diql\"><strong>Raymond Murray Schafer<\/strong>, compositor, escritor, educador musical e ambientalista canadense, iniciou nos <strong>anos 60<\/strong> estudos que resultaram no desenvolvimento do <strong>conceito<\/strong> de <strong>paisagens sonoras<\/strong> e <strong>ecologia ac\u00fastica<\/strong>: o estudo e an\u00e1lise do <strong>universo sonoro <\/strong>que <strong>nos rodeia<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-q8b8\">Uma paisagem sonora \u00e9 composta pelos <strong>diferentes sons<\/strong> que comp\u00f5em um determinado ambiente, sejam esses sons de <strong>origem natural<\/strong>, <strong>humana<\/strong>, <strong>industrial<\/strong> ou <strong>tecnol\u00f3gica<\/strong>. Segundo <strong>Schafer<\/strong>, o mundo \u00e9 uma composi\u00e7\u00e3o musical que se desenrola a nossa volta; somos, simultaneamente, <strong>audi\u00eancia<\/strong>, <strong>apresentadores<\/strong> e <strong>compositores<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-eh9jv\">Esses <strong>conceitos<\/strong> desenvolvidos pelo canadense atravessaram todo o continente americano e chegaram ao <strong>Jardim Jussara<\/strong>, na zona oeste de S\u00e3o Paulo, at\u00e9 os ouvidos de <strong>Denis Henrique da Silva Duarte<\/strong>. O <strong>beatmaker<\/strong> de 43 anos mais conhecido como <strong>Denom<\/strong>, absorveu e canalizou os conceitos da <strong>ecologia ac\u00fastica<\/strong> em seu mais <strong>novo trabalho<\/strong>, desenvolvido em<strong> <\/strong>colabora\u00e7\u00e3o<strong> <\/strong>com a <strong>Straditerra<\/strong>, a mixtape \u201c<strong>Paisagens Sonoras Orbitais<\/strong>\u201d, com a qual o artista promove uma <strong>exposi\u00e7\u00e3o<\/strong> <strong>de telas<\/strong> atrav\u00e9s do <strong>som<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-3ptoh\">Em <strong>entrevista<\/strong> para a Straditerra, <strong>Denom<\/strong> falou um pouco sobre sua trajet\u00f3ria: o primeiro envolvimento com a m\u00fasica aos sete anos de idade; a influ\u00eancia de <strong>sonoridades naturais<\/strong>, <strong>instrumentos ind\u00edgenas<\/strong> e <strong>musicalidade<\/strong> de <strong>matrizes africanas<\/strong> na sua arte; as refer\u00eancias musicais que v\u00e3o de <strong>manifesta\u00e7\u00f5es populares brasileiras<\/strong> a <strong>J Dilla<\/strong>; o trabalho realizado no <strong>Teatro Municipal de S\u00e3o Paulo<\/strong>; as <strong>caracter\u00edsticas mutag\u00eanicas<\/strong> das suas<strong> <\/strong>produ\u00e7\u00f5es sonoras; al\u00e9m da produ\u00e7\u00e3o da sua <strong>primeira mixtape<\/strong> que vai ser lan\u00e7ada neste ano!<\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-60r0n\">Ent\u00e3o se prepare para ser apresentado, ou conhecer mais a fundo, a arte e a identidade desse <strong>beatmaker<\/strong> que, atrav\u00e9s da <strong>m\u00fasica anal\u00f3gica<\/strong> e <strong>eletr\u00f4nica<\/strong> estabelece um <strong>di\u00e1logo<\/strong> entre o <strong>passado <\/strong>e o<strong> futuro<\/strong>, homenageando a <strong>diversidade<\/strong>, a <strong>itiner\u00e2ncia<\/strong> e a <strong>simplicidade<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n<p><\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-block-embed-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio\"><div class=\"wp-block-embed__wrapper\">\n<iframe title=\"\u201cH\u00e1 muito tempo\u201d sp404 instrumental. https:\/\/youtu.be\/aOJkhOqmsow\" width=\"720\" height=\"405\" src=\"https:\/\/www.youtube.com\/embed\/aOJkhOqmsow?feature=oembed\" frameborder=\"0\" allow=\"accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture\" allowfullscreen><\/iframe>\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n<p><\/p>\n\n\n\n<p><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-dif15\"><strong>P: Primeiramente gostaria que voc\u00ea come\u00e7asse falando um pouco sobre sua trajet\u00f3ria com a m\u00fasica. Como voc\u00ea come\u00e7ou a se envolver e trabalhar com m\u00fasica, como foi o seu percurso at\u00e9 aqui e quais s\u00e3o suas refer\u00eancias musicais?<\/strong><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-353d2\"><em>R: Comecei a trabalhar aos sete anos no restaurante de fundo de quintal da minha fam\u00edlia, e com os m\u00fasicos que tocavam no sal\u00e3o ia aprendendo os primeiros acordes no viol\u00e3o, a percuss\u00e3o j\u00e1 era presente tamb\u00e9m, tinha uma equipe de baloeiros na \u00e9poca que tocava percuss\u00e3o na forma\u00e7\u00e3o de escola de samba, com surdo, reco, repinique, tarol, ganz\u00e1 de platinela e canto dos sambas da \u00e9poca, a\u00ed fui aprendendo a ler cifras e tocar viol\u00e3o no pr\u00f3prio restaurante. Trabalhar com m\u00fasica foi algo natural dos 16 anos em diante, tocava no restaurante e levantava um troco ao menos pra manuten\u00e7\u00e3o dos instrumentos e material de estudo. Minhas refer\u00eancias musicais s\u00e3o diversificadas, manifesta\u00e7\u00f5es populares brasileiras, jazz, os produtores de beats como por exemplo: J Dilla, Pete Rock, Madlib, Damu the Fudgemunk, Dibia$e, Ras G, Organic the Kid, Mujo.<\/em><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-5vgd9\"><strong>P: Acompanhando seu trabalho e consumindo sua m\u00fasica, \u00e9 poss\u00edvel perceber que suas composi\u00e7\u00f5es s\u00e3o cria\u00e7\u00f5es muito org\u00e2nicas e cheias de personalidade. A influ\u00eancia de sonoridades ind\u00edgenas, ritmos africanos tradicionais e musicalidade de religi\u00f5es de matrizes africanas \u00e9 muito presente. Queria saber como se deram essas influ\u00eancias sonoras, como voc\u00ea entrou em contato com essas musicalidades e buscou incluir nas suas composi\u00e7\u00f5es?<\/strong><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-89l7k\"><em>R: Eu cresci exatamente nesse ambiente, montando rampas com os mais velhos pros campeonatos de skate na minha rua, onde a molecada puxava uma extens\u00e3o de casa pra sonorizar os campeonatos da rua com heavy metal e punk rock, de frente pra minha casa tinha um terreiro de candombl\u00e9, eu convivia com o pessoal do terreiro que me presenteava com fitas cassetes dos sons que eu perguntava de quem era. Me lembro perfeitamente do dia em que ganhei uma fita que tinha faixas do Run D.M.C., LL Cool J, J.J. Fad, The Fat Boys. Aos 19 eu encanei que meu viol\u00e3o estava sem ritmo, comecei a estudar percuss\u00e3o, n\u00e3o tinha dinheiro pra comprar nenhum tambor, estudava t\u00e9cnica de djembe [tipo de tambor origin\u00e1rio da Guin\u00e9 na \u00c1frica Ocidental] em gal\u00f5es d\u2019\u00e1gua. No come\u00e7o vivia de eventos com o pessoal do circo e tocava em aulas de dan\u00e7as brasileiras do Maurici Brasil e da Leticia Doretto, onde tinha que estudar manifesta\u00e7\u00f5es populares brasileiras pra tocar e cantar durante as aulas. H\u00e1 25 anos toco para apresenta\u00e7\u00f5es de dan\u00e7a e estou h\u00e1 nove anos consecutivos tocando diariamente na escola de dan\u00e7a do Teatro Municipal de S\u00e3o Paulo.<\/em><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-7gpuf\"><strong>P: Ao longo da sua trajet\u00f3ria a m\u00fasica foi trabalhada de diversas formas. Vemos voc\u00ea desenvolvendo composi\u00e7\u00f5es de letras, interpreta\u00e7\u00e3o vocal, produ\u00e7\u00e3o de beats, enfim, como voc\u00ea encara a sua express\u00e3o art\u00edstica musical hoje? Voc\u00ea busca manter foco em uma m\u00eddia e plataforma espec\u00edfica ou suas cria\u00e7\u00f5es podem assumir v\u00e1rias formas ao longo do seu trabalho?<\/strong><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-24g2g\"><em>R: Minha express\u00e3o art\u00edstica musical vejo bem diversificada, por isso o nome do canal do YouTube \u201cRegistros Gerais\u201d, que vem da sigla RG falando sempre sobre a minha identidade. Gosto de todas as frentes. Pra rimar tenho que ter base, e pra ter base tenho estudado e me aprofundado mais sobre essa linguagem, sobre as t\u00e9cnicas dos mestres no of\u00edcio, mas n\u00e3o me prendo a nenhum padr\u00e3o, gosto mesmo \u00e9 da espontaneidade com a qual conduzo as produ\u00e7\u00f5es sonoras. Elas podem assumir v\u00e1rias formas ao longo do trabalho, s\u00e3o mutag\u00eanicas.<\/em><\/p>\n\n\n\n<p><\/p>\n\n\n\n<p><\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-block-embed-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio\"><div class=\"wp-block-embed__wrapper\">\n<iframe title=\"Raulzito Sabbath #episodio2\" width=\"720\" height=\"405\" src=\"https:\/\/www.youtube.com\/embed\/w6rF4xgdmFg?feature=oembed\" frameborder=\"0\" allow=\"accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture\" allowfullscreen><\/iframe>\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n<p><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-dqr66\"><strong>P: Podemos perceber que voc\u00ea tem uma prefer\u00eancia por realizar as grava\u00e7\u00f5es dos seus trabalhos em ambientes n\u00e3o tradicionais, como padarias, supermercados ou at\u00e9 a pr\u00f3pria cal\u00e7ada da rua. Como voc\u00ea v\u00ea essa influ\u00eancia do ambiente nas suas grava\u00e7\u00f5es?<\/strong><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-7b1ir\"><em>R: Poderia gravar todas faixas num fundo verde e fazer montagens, poderia filmar tudo de um pequeno e antigo dep\u00f3sito de restaurante que hoje chamo de est\u00fadio, mas gosto mesmo \u00e9 de di\u00e1logo. Procuro lugares inusitados geralmente onde n\u00e3o se pensaria que seria capaz de produzir m\u00fasica. Ao estar no lugar vejo as faixas que ainda n\u00e3o foram gravadas e procuro aquela que quero apresentar que melhor se encaixa no contexto, ou a que mais causa contraste com os ambientes. A grosso modo o g\u00eanero musical \u00e9 mutante, ent\u00e3o a escolha dos locais \u00e9 uma forma de criar um contraste entre expressividade e indiferen\u00e7a. Mas gosto da influ\u00eancia da rua, das cal\u00e7adas dentro do que produzo, \u00e9 uma forma de homenagear a simplicidade. Sinto que esse ambiente me traz mais veracidade na escolha do que tenho a apresentar. Escolho outros lugares inusitados e imprevis\u00edveis s\u00f3 pra dar um ar de desapego, poderia estar numa fila de banco ou numa cl\u00ednica veterin\u00e1ria, faria com a mesma postura de apresentar esses beats na sala do Teatro Municipal, na sala S\u00e3o Paulo ou em qualquer outro grande palco de qualquer lugar do planeta. Itiner\u00e2ncia e diversidade me inspiram muito.<\/em><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-e49nt\"><strong>P: A sonoridade org\u00e2nica das suas cria\u00e7\u00f5es se d\u00e1 muito pela mistura de sons e musicalidades que voc\u00ea traz atrav\u00e9s de samples e instrumentos diversos. Como voc\u00ea trabalha com essa jun\u00e7\u00e3o de elementos contrastantes em busca de uma harmonia sonora, ao mesmo tempo em que cria sonoridades completamente in\u00e9ditas?<\/strong><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-4b93q\"><em>R: Quando comecei a mexer com m\u00fasica eletr\u00f4nica achava os timbres muito artificiais, a\u00ed acho que a poesia da elabora\u00e7\u00e3o se d\u00e1 em botar o ouvinte numa situa\u00e7\u00e3o de n\u00e3o entender se o que ouve nas minhas produ\u00e7\u00f5es \u00e9 instrumento ac\u00fastico ou eletr\u00f4nico. Procuro trazer som de fita, acho que m\u00fasica \u00e9 uma boa forma de expressar sentimentos, o som da fita \u00e9 uma forma de estimular a mem\u00f3ria afetiva de quem escuta, de forma a dar ao ouvinte a sensa\u00e7\u00e3o de que aquela m\u00fasica existia a muito tempo antes do tempo em que foi produzida, \u00e9 uma forma de estabelecer di\u00e1logo entre o passado e o futuro, atrav\u00e9s da m\u00fasica anal\u00f3gica e eletr\u00f4nica, no presente (sempre).<\/em><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-968vu\"><strong>P: Ao longo do seu trabalho caracter\u00edsticas musicais de g\u00eaneros como o Ska, Dub, Reggae, s\u00e3o captadas muito fortemente, al\u00e9m da frequente influ\u00eancia do trabalho do m\u00fasico Victor Rice, que tamb\u00e9m trabalha com bastante propriedade esses g\u00eaneros musicais. O qu\u00e3o influente s\u00e3o esses g\u00eaneros e o trabalho de Victor Rice nas suas cria\u00e7\u00f5es?<\/strong><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-cpl6l\"><em>R: Acho que o Reggae foi um dos primeiros g\u00eaneros musicais em que houve a evolu\u00e7\u00e3o da m\u00fasica eletroac\u00fastica, onde uma pessoa come\u00e7ou a cantar com um disco ao inv\u00e9s de uma banda acompanhando ao vivo. Admiro muito a linguagem de m\u00fasica dos soundsystems pois \u00e9 de rua, itinerante, como dizem meus amigos do Dubvers\u00e3o Sistema de Som: \u201cOnde tiver uma tomada podemos montar um soundsystem\u201d. Admiro muito tamb\u00e9m a linguagem do Victor Rice e a forma com a qual ele concebe m\u00fasica, por isso escolhi ele pra mixar algumas das minhas faixas, pois gosto de ver a mesma ideia sendo apresentada de formas diferentes, amo a linguagem do improviso, piro em fazer freestyles nos beats que crio.<\/em><\/p>\n\n\n\n<p><\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-block-embed-youtube wp-embed-aspect-4-3 wp-has-aspect-ratio\"><div class=\"wp-block-embed__wrapper\">\n<iframe title=\"Patchamama - Denis da Silva Duarte e Victor Rice\" width=\"720\" height=\"540\" src=\"https:\/\/www.youtube.com\/embed\/1V37WbykENA?feature=oembed\" frameborder=\"0\" allow=\"accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture\" allowfullscreen><\/iframe>\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n<p><\/p>\n\n\n\n<p><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-5ljpd\"><strong>P: Neste momento voc\u00ea est\u00e1 desenvolvendo uma nova mixtape, certo? Pode dar alguns detalhes da sua nova produ\u00e7\u00e3o para n\u00f3s, como o nome do trabalho, n\u00famero de faixas, caracter\u00edsticas sonoras da mixtape, al\u00e9m de uma previs\u00e3o de lan\u00e7amento do material final?<\/strong><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-d36qv\"><em>R: Sim! Estou produzindo a primeira mixtape com nove faixas, pretendo lan\u00e7ar entre julho e agosto, estou com tr\u00eas faixas finalizadas e mocadas pelo meu mano jedi da mixagem Fernando Narcizo, t\u00e9cnico e engenheiro de som da m\u00fasica eletr\u00f4nica e ac\u00fastica de alt\u00edssimo n\u00edvel de qualidade. O nome da mixtape \u00e9 inspirado e uma homenagem ao m\u00fasico e pesquisador Murray Schafer com o conceito de paisagem sonora. Pra mim fazer m\u00fasica \u00e9 grafitar um muro, pintar uma tela, criar um ambiente, por conta desse conceito chamo a mixtape de \u201cPaisagens Sonoras Orbitais\u201d. Quando digo \u00f3rbitas me refiro aos loops, \u00e0 repeti\u00e7\u00e3o de trechos em forma c\u00edclica. \u00c9 uma exposi\u00e7\u00e3o de telas atrav\u00e9s do som. Gravo os beats a partir de discos recortando e sequenciando na mpc1000 e na sp404, passando tudo por gravador de rolo e mixando e masterizando tudo digitalmente. Vai ficar linda essa primeira safra de beats produzidos ao longo dessas duas \u00faltimas d\u00e9cadas.<\/em><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-4od2g\"><strong>P: Para finalizar eu gostaria de uma vis\u00e3o sua sobre a cena nacional dos beatmakers. O que voc\u00ea tem consumido de m\u00fasicos e beatmakers brasileiros, e o que pode nos deixar de recomenda\u00e7\u00e3o?<\/strong><\/p>\n\n\n\n<p id=\"viewer-2rr0b\"><em>R: A cena atual do beatmaking est\u00e1 evoluindo muito de uns tempos pra c\u00e1, amo a cena criada pelo Dj Niggaz na casa Brasilis. O beat Brasilis re\u00fane muitos beatmakers semanalmente, l\u00e1 que conheci muita gente boa que me ensinou muito sobre a arte de samplear e produzir beats: o Malak Beats (quem me ensinou algumas t\u00e9cnicas de sequenciar na Roland sp404), o Sala 70 (quem me passou a vis\u00e3o de como obter uma Roland sp404 e como salvar os arquivos nela), o A.D.S. da fam\u00edlia Induz Music fazendo os beats mais simples e expressivos na repeti\u00e7\u00e3o. Recomendo ouvir essa galera, Malak Beats, Sala 70, A.D.S. (Induz Music) e o coletivo \u201cSe Passando REC\u201d.<\/em><\/p>\n\n\n\n<p><\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-block-embed-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio\"><div class=\"wp-block-embed__wrapper\">\n<iframe title=\"Entre a vida e o fogo sp404 instrumental https:\/\/youtu.be\/6KE4hG4uqWY\" width=\"720\" height=\"405\" src=\"https:\/\/www.youtube.com\/embed\/6KE4hG4uqWY?feature=oembed\" frameborder=\"0\" allow=\"accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture\" allowfullscreen><\/iframe>\n<\/div><\/figure>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>por Gustavo Silva Em entrevista \u00e0 Straditerra o beatmaker paulistano falou sobre sua trajet\u00f3ria art\u00edstica e o lan\u00e7amento do seu novo projeto. 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