Quantum XXIII: A frequência da matéria e o grito do futuro

Em uma São Paulo multifacetada e frenética, onde o concreto pulsa em BPMs variados, surge um artista que não se define por gênero, nem por fórmula. Quantum XXIII — um código artístico enraizado na mecânica quântica e no entendimento ancestral de que som e matéria são faces da mesma energia. A frequência é o universo. E o universo, neste caso, canta.

Na tradição dos visionários, Quantum XXIII recusa a caixa, o molde, o previsível. “Sou um artista experimental”, afirma com a calma de quem já escutou o caos e aprendeu a remixá-lo. Na prática, isso significa misturar Rap com Jazz, Rock com poesia, Blues com flores, escultura com letra, e tocar ao vivo com a liberdade de quem improvisou no ônibus aos 16 anos e nunca mais quis parar.

Sua música não é só um produto: é processo, é pergunta, é pulsação. Com o novo álbum De Onde Vêm os Monstros, Quantum XXIII mergulha ainda mais fundo na simbiose entre as linguagens. O trabalho, produzido em parceria com André Gabbay no Estúdio 99, marca uma nova fase: menos rótulo, mais experimentação.

Esse é o projeto mais importante que já fiz”, confessa.

Não por ego, mas por maturidade. Ele sabe de onde veio, e agora, mais do que nunca, sabe o que quer dizer.

Sua origem em Santo Amaro, zona sul paulistana, aparece não apenas como cenário, mas como paleta sonora. Gospel, Rap, Rock — tudo se mistura na lembrança de ruas comerciais, no calor humano das conexões de bairro. Seu primeiro EP, Genoma Híbrido, já ensaiava uma identidade biotecnológica. O segundo, Laboratório Clandestino, era um Frankenstein sônico. Agora, Quantum XXIII não apenas junta os pedaços, mas cria o próprio organismo, ou melhor, monstro.

Seus versos espelham ideais, angústias, descobertas e coletividades. São espelhos fragmentados de um Brasil urbano e sensível, mas também espelhos d’água onde se vê, com clareza, o rosto de quem escuta.

“Gosto quando as pessoas me dizem que sentiram uma influência na obra. Quero saber: o que você ouviu em mim que também é você?”

O artista já participou de grupos como Nad2, Raizen e Um Quarto Dimensional. Mas é agora, com seu projeto solo e conceitualmente afiado, que se apresenta com mais nitidez. Na mixtape Mixtrada, produzida por nós da STRADS, deixou claro que está em movimento, não só musical, mas histórico.

Na proposta do disco, o artista optou por um lançamento gradual, colocando nas ruas uma música por mês. A primeira delas é justamente a faixa homônima, já disponível: De Onde Vêm os Monstros.

Quantum XXIII não está preocupado em ser mais do mesmo. Quer ser ruído onde só havia silêncio. Quer ser sinfonia onde só havia ruído. Para ele, arte não é produto: é jornada. E na sua jornada, os monstros não vêm para assustar — vêm para dançar, para pensar, para lembrar que o humano, afinal, também é frequência, e nessas: SINTONIZA LÁ.

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